quarta-feira, 15 de abril de 2015

Texto com base Romântica

Coração bate de novo no compasso da serenata...

As cenas são centenárias, mas não há quem não sonhe ser a mocinha ou o mocinho que cruzam olhares no embalo de uma serenata, que tenham nos olhos o reflexo da chama amarelada das velas sobre a mesa de jantar e que, emocionados, molhem o sorriso com lágrimas na entrega da rosa.
  
O comportamento parece ridículo, mas também não há quem não sonhe em ficar sentado horas esperando o telefone tocar para, depois, relembrar palavra por palavra dada do outro lado da linha; escrever frases bregas no cartãozinho mais brega ainda (e achar um exemplo de bom gosto e originalidade); ficar sem fome (ou comer demais); ouvir música (melosa) sem descanso e perder o maior tempo imaginando os passos do outro.

Não há quem não queira ser o motivo da “loucura” e da inspiração (mesmo desastrada) para o versinho que vem assinado pelo Chuchu, pelo Fofo ou pela Gatinha – apelidos que fazem o resto do mundo cair na gargalhada e ele(a) se sentir realmente fofo, um chuchu ou uma gatinha. Os últimos românticos ganharam milhões de companheiros. O romantismo sobreviveu a todas as formas de revoluções de comportamento. Ele pode ter emprestado as vestes da modernidade, mas, despido, ainda tem as velhas formas que emocionam todas as gerações. Não há como negar. Não há quem não queira ser o Te do Eu te amo.

GUERREIRO, Márcia. O Estado de S. Paulo, 12 jun. 1994.

Resumo

ROMANTISMO (SÉC. XIX)

-Prosa
-Poesia

A POESIA DO ROMANTISMO
O Romantismo brasileiro surgiu em 1836 com a publicação de "Suspiros Poéticos e Saudades" de Gonçalves de Magalhães. Mas se originou mesmo na Alemanha e Inglaterra no final do séc. XVIII e se desenvolveu no Brasil durante o séc. XIX.
A característica principal da Poesia Romântica é a expressão plena dos sentimentos pessoais, com os autores voltados para o seu mundo interior e fazendo da literatura um meio de desabafo e confissão. A vida passa a ser encarada de um ângulo pessoal, em que se sobressai um intenso desejo de liberdade.
O estilo romântico revela-se inicialmente idealista e sonhador, depois, crítico e retórico mas sempre sentimental e nacionalista.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
-Exaltação dos sentimentos pessoais;
-Expressa os estados da alma;
-Exaltação da liberdade, igualdade e reformas sociais;
-Valorização da 
natureza;
-Sentimento nacionalista

TENDÊNCIAS DA POESIA ROMÂNTICA

ESCULTURA

A escultura romântica não brilhou exatamente pela sua originalidade, nem tampouco pela maestria de seus artistas. Talvez se possa pensar nesse período como um momento de calma necessário antes da batalha que depois viriam a travar o impressionismo e as vanguardas modernas. Do ponto de vista funcional, a escultura romântica não se afastou dos monumentos funerários, da estátua eqüestre e da decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio caminho entre o classicismo e o barroco.



A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas em cenas de caça ou de luta encarniçada, no melhor estilo das cenas de Rubens. Não se abandonaram os motivos heróicos e as homenagens solenes na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares. Em compensação, tornou-se mais rara a temática religiosa. Os mais destacados escultores desse período foram Rude e Barye, na França, Bartolini, na Itália, e 
Kiss, na Alemanha.

ARQUITETURA

A arquitetura do romantismo foi marcada por elementos contraditórios, fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII e inicio do XIX forma marcados por um conjunto de transformações, envolvendo a industrilaização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço.

Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram algumas característica de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da identidade nacional.

A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com com o maior rendimento da exploração, e portanto esqueceu-se do fim último da arquitetura, abandonando as classes menos favorecidas em bairros cujas condições eram calamitosas.

Entre os arquitetos mais reconhecidos desse período historicista ou eclético, deve-se mencionar Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Barry e Puguin, que reconstruíram o Parlamento de Londres; e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo distrito neogótico de Berlim. Na Espanha deu-se um renascimento curioso da arte mudéjar na construção de conventos e igrejas, e na Inglaterra surgiu o chamado neogótico hindu. Este último, em alguns casos, revelou mais mau gosto do que arte.

Teatro



Na dramaturgia o romantismo se manifesta valorizando a religiosidade, o individualismo, o cotidiano, a subjetividade e a obra de William Shakespeare. Os dois dramaturgos mais conhecidos desta época foram Goethe e Friedrich von Schiller. Victor Hugo também merece destaque, pois levou várias inovações ao teatro. Em Portugal, podemos destacar o teatro de Almeida Garrett.


Assim como na música e na literatura os temas do cotidiano, o individualismo, o nacionalismo e a religiosidade também aparecem na dramaturgia brasileira desta época. Em 1838, é encenada a primeira tragédia de Gonçalves de Magalhães: Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição. Também podemos destacar a peça O Noviço de Martins Pena.

filme adaptado a partir de uma peça teatral

Música


Na música ocorre a valorização da liberdade de expressão, das emoções e a utilização de todos os recursos da orquestra. Os assuntos de cunho popular, folclórico e nacionalista ganham importância nas músicas.
Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e Richard Wagner.

A emoção, o amor e a liberdade de viver são os valores retratados nas músicas desta fase. O nacionalismo, nosso folclore e assuntos populares servem de inspiração para os músicos. O Guarani de Carlos Gomes é a obra musical de maior importância desta época.


Literatura


Foi através da poesia lírica que o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas abordados eram : amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência do poeta inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron. Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.

Artes Plásticas


Nas artes plásticas, o romantismo deixou importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco Goya e o francês Eugène Delacroix são os maiores representantes da pintura desta fase. Estes artistas representavam a natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam as emoções e os sentimentos em suas obras de arte. Na Alemanha, podemos destacar as obras místicas de Caspar David Friedrich, enquanto na Inglaterra John Constable traçava obras com forte crítica à urbanização e aos problemas gerados pela Revolução Industrial.

A pintura foi o ramo das artes plásticas mais significativo, foi ela o veículo que consolidaria definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de temas dramitico-sentimentais inspirados pela literatura e pela História. Procura-se no conteúdo, mais do que os valores de arte, os efeitos emotivos, destacando principalmente a pintura histórica e em menos grau a pintura sagrada.
Novamente a revolução Francesa e seus desdobramentos servem de inspiração; agora para uma arte dramática como pode ser percebida em Delacroix e Goya. Podemos dizer que este último, manifestou uma tendência mais politizada do romântismo, exceção para a época e que tornou-se valorizada no século XX.


As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de expressão.
O romantismo foi marcado pelo amor a natureza livre e autêntica, pela aquisição de uma sensibilidade poética pela paisagem, valorizada pela profusão de cores, refletindo assim o estado de espírito do autor.


Na França e na Espanha, o romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e de um ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. É o caso dos quadros das matanças de Delacroix, ou do Colosso de Goya, que antecipou, de certa forma, a pincelada truncada do impressionismo.



Terceira Geração: Condoreirismo

última geração da poesia romântica se inspira em Victor Hugo, e traz um foco político e social. Na época, ideias abolicionistas e republicanas vinham à tona, e junto com elas o desejo de se libertar do Império. É a fase que prenuncia o Realismo, que viria em seguida, tanto é que tem como foco a realidade social, a crítica à sociedade, a poesia liberal, enfim, era o final do movimento romântico no Brasil. O condoreirismo se refere à figura do condor, uma ave que tinha voo alto, assim como os poetas românticos faziam em busca de defender seus ideais libertários.
Enquanto isso, na prosa romântica, iniciava-se, de fato, a produção de prosa literária no Brasil. Neste campo, o romantismo se dividiu por tendências, sendo elas:
  • Romance Urbano - ligava-se à vida social, principalmente no Rio de Janeiro, descrevendo os tipos humanos encontrados naquela sociedade.
  • Romance Regionalista (sertanejo) - demonstrava atração pelo pitoresco e tinha como principal característica a retratação da vida no interior do Brasil, seus hábitos, seu modo de falar, etc.
  • Romance Histórico - tratou-se de uma revalorização do passado, trazendo ao romance personagens da nossa história, retratando-os de modo nacionalista.
  • Romance Indianista - por fim, porém não menos importante, há o romance indianista, que teve como maior representante o romancista José de Alencar, e como característica a idealização do ínidio, como herói brasileiro, nobre e valente.
Já em relação aos aspectos formais, a literatura romântica é desvinculada dos padrões do Classicismo, caracterizando-se pelo verso livre, sem métrica e pelo verso branco, sem rima.
Características como o subjetivismo e o sentimentalismo não podem ser separadas da estética romântica, pois estiveram presentes em toda ela, tanto na prosa, quanto na poesia.

Além destas, há outras características tipicamente românticas, como o nacionalismo, o ufanismo, a religiosidade, a evasão, a idealização da realidade e do ser amado, o escapismo e o culto à natureza.

Segunda Geração: Mal do Século


Neste período, que se iniciou por volta de 1850, a poesia vinha de encontro às ideias e temáticas da geração anterior: o eu-lírico volta-se mais para si e afasta-se da realidade social à sua volta. Traz em si o pessimismo e o apego aos vícios. Os sentimentos são exagerados e aparecem de forma idealizada na poesia. Além disso, elementos como a noite, a melancolia, o sofrimento, a morbidez e o medo do amor são recorrentes em seus textos poéticos. O eu-lírico vivem em meio solidão, aos devaneios e às idealizações.

Primeira Geração: Nacionalismo

influenciada pela Independência do Brasil, a poesia buscava a identificação do país com suas raízes históricas, linguísticas e culturais. O desejo era o de contruir uma arte brasileira, livre da influência de Portugal, e o sentimento era de nacionalidade, resgatando elementos da história do país. Foi fortemente marcada pelo indianismo e trazia à toda elementos da natureza (flora e fauna) brasileiros. O índio era exaltado como herói, pois representava o povo brasileiro, e o Brasil em sua essência.

O ROMANTISMO NO BRASIL

No Brasil, o período histórico era marcado por um sentimento nacionalista, em especial pelo fato marcante que foi a Independência, em 1822. Encontramos, pois, elementos que caracterizam o período, presentes nas obras dos autores românticos. É o exemplo da exaltação da Pátria feita por Gonçalves Dias, e do clima nostálgico presente nas poesias de Álvares de Azevedo e Fagundes Varela, sem falar no engajamento nas causas sociais, presente fortemente na obra de Castro Alves, o qual abordou temas polêmicos como a escravidão.

A produção Romântica foi rica e vasta, tanto em outros países, quanto aqui, tanto em prosa, quanto em versos.

Introdução

O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.

O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América.

As características principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa.

Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes plásticas. A literatura romântica, abarcando a épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um movimento de vanguarda e que teve grande repercussão na formação da sociedade da época, ao contrário das artes plásticas, que desempenharam um papel menos vanguardista.


A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revolução Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Curiosamente, não se pode falar de uma estética tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do academicismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras.

A produção artística romântica reforçou o individualismo na medida em que baseou-se em valores emocionais subjetivos e muitas vezes imaginários, tomando como modelo os dramas amorosos e as lendas heroicas medievais, a partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel especial desempenharam a morte heroica na guerra e o suicídio por amor.